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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

28/12/2020 - 10h40min

Comportamento

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Para iluminar a vida

Houve um Natal em que Papai Noel esteve lá em casa e me entregou a mais bela boneca desse mundo. Fiquei abraçada nela, encantada com aquele presente maravilhoso, e quando olhei para o Pai e a Mãe, eles estavam sorrindo, olhos com o brilho da Estrela de Belém. Aqueles holofotes de amor passaram a iluminar todos os meus natais.


Alguns anos mais tarde, pinheiro enfeitado com bolas coloridas e algodão imitando neve, já sem a presença paterna, acompanhei a Mãe e a irmã adotiva na Missa do Galo, que tradicionalmente acontecia à meia-noite. Depois de rezarmos e agradecermos por tudo, voltamos para casa sem medo de andar pelas ruas. Eu, ouvindo atentamente as conversas sobre quitutes e o almoço em família que aconteceria no dia seguinte. É aquela paz de espírito que me acalanta em cada dezembro que acontece.


Ah, quantos dezembros vieram depois daqueles, cada um do seu jeito, com seu próprio Natal. Alguns feitos de ausências e silêncios consolados por lembranças, construídos de simplicidade, em harmonia mais do que perfeita com o presépio. É o que me faz refletir quando um tempo natalino se aproxima, orientando-me a compreender cada momento, a ser mais humana.


Houve um Natal em que eu e meus irmãos é que fomos pais e mães das crianças que chegavam para alegrar as novas famílias que começávamos a construir. Me emociono ao recordar de minha pequena filha correndo com os primos pelo corredor da casa onde cresci, da morada materna que se transformou em casa de vó, lugar do adorável aconchego de toda a família. Aquele inesquecível encontro para festejar a chegada do Cristo me foi tatuado na alma, permanece vivo em todos os meus natais.


Coração carregado de dezembros, eis que me preparo para nova celebração natalina. Tempo que passa, a casa da filha agora é templo materno; a minha, vejam só, tornou-se casa de vó.


Muita coisa mudou, Noel não vem para entregar presentes, a Ceia será apenas com os familiares da convivência diária, estamos em pandemia. Missa à meia-noite é acontecimento do passado.


O Natal deste ano, então, deve ser marcado pela antiga simplicidade e o novo aconchego protocolar. E nós, que já passamos por tantos dezembros, temos a importante tarefa de mostrar aos mais jovens que a vida precisa seguir em frente, que dificuldades são sempre amenizadas no seio da família.


Nesta noite de celebrar o nascimento de Cristo, em meio à pandemia, vou contar para minha neta como foram alguns dos meus melhores natais, vou falar na Estrela de Belém, propor orações de agradecimento. Para iluminar a vida, como minha Mãe me ensinou.



Cristina André

[email protected]

Publicado em 24/12/20.

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