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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

16/11/2020 - 10h21min

Comportamento

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Nossas Escolhas

Eleições municipais chegando, imagino minha Mãe e eu compartilhando bom café com pão caseiro e conversando sobre nossas intenções de voto, as razões de cada escolha, como era o costume quando ela ainda estava entre nós. Atrevo-me a afirmar que sei em quem a Mãe votaria para prefeito e para vereador neste domingo.


Das lembranças maternas, há espaço reservado especialmente para cada outubro e cada novembro vividos com sua marcante presença. Dias de começar a prestar contas do aproveitamento escolar de um ano inteiro; de pensar no Natal, no Ano-Novo e nas férias de verão; nos Finados e nas Eleições. Em sua extraordinária sabedoria, essa que foi minha maior influenciadora costumava dar muita importância às tarefas desses dias.


Eis que chegava outubro. A Mãe já tratava de fazer as unhas, passar rinsagem prateada nos cabelos, escolhia uma boa roupa e sapatos confortáveis, separava o título de eleitor e os “santinhos” dos candidatos. E na manhã da democracia, feliz da vida, ela efetivava suas escolhas, assumindo a responsabilidade e a esperança que o gesto lhe oferecia.


Novembro nem havia dobrado a esquina, em nossa casa o assunto já era “flores”. Em cada dia dois de novembro, viagem a Tapes, onde morávamos quando o Pai era vivo. Para enfeitar seu túmulo, rezar e relembrar bons momentos da minha primeira infância. Deixar algumas flores para os avós paternos e, depois, a outros parentes e amigos aqui em Guaíba.


Ano após ano, ouvi que certas tradições afetivas devem ser mantidas por todas as famílias, que isso faz bem aos corações, alivia as almas, melhora o mundo. Mesmo que nossos afetos já tenham subido aos céus, não estejam mais lá, é muito bom que pelo menos nós estejamos para reverenciá-los. E como era de se esperar de uma seguidora, ao observar o exemplo materno em sintonia com seu discurso, fui descobrindo imenso valor em ambos, adotei como regra também minha.


Vida que seguiu em frente, tanto tempo já se foi e ainda abro sorrisos largos quando penso no jeito materno de dizer o risco que eu corria caso não cumprisse minha tarefa estudantil. Nos dias de buscar boletim e conversar com professores, a Mãe deixava claro que não havia necessidade de ser a melhor aluna da turma, bastava permanecer no grupo que se sai bem nos estudos. Segui suas recomendações, hoje agradeço por isso.


Eleições municipais chegando, penso em minha Mãe, na importância que sempre dava para suas escolhas. Atrevo-me a afirmar que sei em quem Ela votaria para prefeito e para vereador neste domingo.

Cristina André

[email protected]

Publicado em 13/11/20.

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