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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

24/08/2020 - 11h12min

Comportamento

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Nós, os Comuns

O mundo habitado por famosos costuma exercer inexplicável fascínio sobre nós, os comuns. A gente se cutuca quando vê algum artista da música ou das artes cênicas, um jornalista conceituado, um escritor ou um craque do futebol. Pensamos neles como seres diferentes de nós, dotados de talento e notoriedade. De outro planeta que não esse. Eu mesma, algumas vezes, já fiquei embasbacada simplesmente por ter compartilhado breves momentos com essas pessoas.


Estávamos no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde teríamos que aguardar, por algumas horas, o voo que nos levaria para a esperada viagem até a capital baiana. Enquanto meu marido se acomodava em uma mesinha, arrumando seu notebook para o trabalho, eu fui até uma cafeteria que ficava em frente, há cerca de cinquenta metros, que estava quase vazia. Pedi dois expressos.


De repente, depois de uma batidinha no meu ombro, virei para trás e ouvi aquela voz masculina que parecia familiar: “Oi! Nós vamos cantar na tua terra mês que vem. Adoramos ir pra lá”. E antes que eu raciocinasse direito, para saber quem eram aqueles dois, a moça do café me chamou para dizer o valor a pagar.


Perguntei a ela, bem baixinho, se eram quem eu estava pensando. A resposta foi: “São eles, Zezé di Camargo e Luciano”. E foram uns dez minutos de papo sobre música e as belezas do Rio Grande do Sul.


Outra dessas aconteceu quando passávamos férias de verão em uma pequena praia do litoral catarinense, daquelas em que ainda se pode andar de chinelos Havaiana no final da tarde.


Era quase noite, a família se organizava em relação a banhos e lanches depois de um longo período sob o Sol. Decidi, então, aproveitar o tempo para fazer algumas compras no mercado mais próximo. Mais para caminhar e curtir ao máximo aquele dia.


Cumprindo meu propósito, escolhi folhas verdes para a salada, queijos, pães, suco, e tratei de ir para um dos dois únicos caixas. Na fila, bem na minha frente, uma mulher negra me chamou a atenção pela beleza da saia floreada que usava. De cores vibrantes, tecido de excelente caimento, até as canelas. E não pude deixar de notar que a rasteirinha e a parte de cima do maiô estavam na mais perfeita harmonia. Sem falar na flor que ela usava nos volumosos cabelos afro. E quando eu pensei em quem seria, ela se virou para o homem que lhe acompanhava e pude ver seu rosto. Era a Maju, que na época apenas apresentava a previsão do tempo.


Logo percebi que a elegância não era truque de tevê, pude testemunhar. Acredite quem quiser, rolou uma boa conversinha básica, e ninguém falou no tempo.


E para fechar com chave de ouro, eis uma homenagem que gostei de prestar ao Dida, goleiro da Seleção Brasileira, quando ele morou em Porto Alegre e jogava no Inter.


Tarde de sábado, um grupo da nossa família se reuniu em shopping da Capital para o café e as novidades. Conversa vai, conversa vem, eis que vimos o Dida chegando com a sua família. Sem pensar duas vezes, avisei que o craque chegara e convidei a todos para que se levantassem e aplaudissem o grande goleiro brasileiro. E todo mundo aceitou, foi muito bonito.


O mundo habitado por gente famosa costuma exercer inexplicável fascínio sobre nós, os comuns. Eu mesma, algumas vezes, já fiquei embasbacada simplesmente por ter compartilhado breves momentos com algumas dessas pessoas.

Cristina André

[email protected]

Publicado em 21/8/20.

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