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Terça-feira, 23 de abril de 2024

08/06/2020 - 11h02min

Comportamento

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O Amor dos Namorados

Naquele extraordinário campo de girassóis, na Rússia, uma mulher caminhava. Na imensidão de flores que ultrapassavam sua altura, a emocionante beleza de um amor verdadeiro.


Eram tempos de guerra, aqueles em que a costureira de um vilarejo italiano conhecera o soldado do exército, seu pelotão estava de passagem por lá. Foi amor à primeira vista, e só havia uma maneira de ficarem mais dias juntos: o casamento. E trataram de concretizá-lo.


Mas logo ele foi convocado a voltar para o campo de batalha, e os dois se despediram. Ele, prometendo voltar assim que pudesse; ela, afirmando que estaria a sua espera para construírem uma vida inteira juntos.


Passaram-se meses, a guerra terminara, e nada de notícias do seu amado. Acreditando na veracidade daquele amor, ela saiu à procura de informações. Foi ao comando do exército, na grande cidade, e lá soube que seu marido constava como desaparecido em um confronto na Rússia. A costureira largou tudo para tentar reencontrá-lo. E conseguiu.


Marcello Mastroianni e Sofia Loren eram os protagonistas de “Os Girassóis da Rússia”, a história de amor que me emocionou sobremaneira aos catorze anos. Desde aquelas cenas que me impressionaram, comecei a compreender o amor em sua verdadeira essência. E aceitá-lo como é, com suas felicidades extravagantes e seus delicados momentos de solidão.


Quase duas décadas mais tarde, entre os incontáveis filmes românticos que segui assistindo, houve um que me arrebatou sobremaneira. Naqueles dias de locadoras de vídeos, perdi a conta de quantas vezes saí de casa para buscar “Cinema Paradiso” e assistir de novo aquela homenagem ao amor.


Na cidadezinha do interior da Itália, o cinema se fazia o centro de tudo. Era lá que um garotinho, para ganhar trocados, ajudava o homem responsável pelas projeções. Mas a primeira sessão só quem podia assistir era o padre da igreja local, que escolhia as cenas de amor que deviam ser cortadas antes do filme estrear para a comunidade.


O menino foi crescendo, se apaixonando por filmes, pela garota dos seus sonhos, pela vida que conhecera nas telas. Chegou então o dia em que precisou partir para conquistar o mundo. Anos se passaram e ele se tornou respeitado diretor de cinema.


Eis que, certo dia, recebeu a notícia de que o homem que trabalhava nas projeções de filmes naquele cinema encantado havia morrido. E o cinema seria demolido. Foi quando retornou à cidadezinha. Lá recebeu uma caixa que o velho amigo lhe deixara de herança. Nela, estava um filme montado com todas as cenas de amor que tinham sido cortadas por ordem do padre. Mais do que uma reverência ao cinema, foi uma grandiosa homenagem às histórias de amor.


Filmes inesquecíveis e emocionantes, aqueles, de um romantismo que tocou para sempre meu coração. Hoje, sei que o amor ainda está firme e forte. Seja em campos de girassóis, pelas ruas das cidades, nos cinemas ou nas varandas mundo afora, sempre haverá casais para nos lembrar que ainda existem namorados.



Cristina André

[email protected]

Publicado em 05/6/20.

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