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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

28/10/2019 - 15h51min

Comportamento

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Nós todos somos a geração atual

Noite de quarta-feira, decisiva para carimbar o passaporte do Tricolor Gaúcho com destino à final da Libertadores, fui ao Teatro do Bourbon Country para assistir uma palestra intitulada “Limites na Educação, uma prova de amor”, com Rossandro Klinjey, psicólogo clínico e escritor que tem feito sucesso com seus vídeos e suas participações em programas de tevê de grande audiência, como o de Fátima Bernardes, na Rede Globo.

Verdade seja dita, o tema é bem conhecido, sobretudo muito falado por pessoas que, como eu, viveram em tempos não-tecnológicos, educadas com padrões mais rígidos. Contudo, são tantas as diferenças, que ainda não conseguimos eximir a dúvida incômoda de não sabermos explicar aos jovens porque era melhor crescer naqueles dias de obediência aos pais, de ganhar brinquedos apenas em natais e aniversários, de não ter computadores nem tantas escolhas. Fui buscar essa resposta na fala de Klinjey.

Logo que pisou no palco, o sorridente paraibano, de pontualidade britânica, falou sobre a viagem, da rotina profissional de consultório, aeroportos e hotéis. E, com muita habilidade, introduziu o tema através de casos de sua própria família. Teve início, então, uma excelente aula sobre a fundamental importância de treinar as crianças no respeito à hierarquia familiar, na paciência de esperar presentes nas datas específicas, dando-lhes os devidos limites para que não se deprimam por pequenas frustrações nem se desesperem pelo fato de não saberem mais o que esperar da vida.

Encenando as próprias falas, o palestrante comparou nossas infâncias com as de agora. Caminhando devagar e com passos largos, a gente nascia, ia para a escola para ser alguém no mundo intelectual e profissional, esperava se apaixonar por alguém, casar, ter filhos, adquirir uma casa para morar e fazer a família feliz. Colocar os filhos na escola para que seguissem seu caminho mais ou menos sabido, mas que deveria ser conquistado com esforço e enfrentando negativas. Tudo isso fortalecendo a autoestima.

De repente, desde o nascimento, ninguém pode se frustrar com um não rotundo. Se a criança quer algo, imediatamente os pais lhe dão, para que não sofra. Nada de conversar nem de esperar natais, agora é ficar quieto no quarto, no computador, cheio de presentes. E essa ausência de frustrações começou a se traduzir em completa falta de entusiasmo, porque é a conquista que nos faz felizes, não os ganhos de mãos beijadas.

Foi na noite de quarta-feira, decisão com destino à final da Libertadores, que assisti uma palestra de Rossandro Klinjey, psicólogo clínico e escritor. Durante uma hora e meia, ele colocou pingos em muitos is, provocando risos na plateia com seus exemplos práticos.


Encerrou sua performance dizendo: “Esta geração, diferente das outras que lhe antecederam, será definida não pelo que conquistou, mas pelo que perdeu”. E concluiu: “Nós todos somos a geração atual, pois estamos vivos; se há problemas a resolver, encontrar soluções é tarefa de todos nós”.

Cristina André

cristina.andre.gazeta

Publicado em 26/10/2019.

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