17/10/2019 - 16h58min
Madura e musical, assim é a minha Guaíba, que completa noventa e três anos neste feriadão anual que é somente nosso. Por estas terras parceiras do grande lago, berço de cidadania revolucionária, já se apresentaram grandes artistas da música e das artes cênicas.
Nesta cidade de movimentadas domingueiras em CTGs, inventou-se um belo carnaval fora de época e uma ópera gaudéria de tirar o chapéu. E houve um tempo em que, para comemorar sua emancipação política, aconteciam memoráveis bailes com o Conjunto Impacto, nas madrugadas de treze para catorze de todos os outubros, que ninguém queria perder.
Tivemos carnavais de salão animados com a banda de Altamiro Carrilho, com os cantores Cauby Peixoto e Ângela Maria. Moacir Franco costumava passar por Guaíba, quando estava no Estado, para visitar parentes; e Luiz Vieira, certa vez, a convite do Sesi, fez breve e informal apresentação.
Nos clubes sociais que não mais funcionam como antes, jovens antigos contam sobre shows de Wanderleia e Rosemeri, de Jerry Adriane e Renato e Seus Blue Caps.
É bom que saibamos, o campo de futebol do Coelhão já foi palco de Os Trapalhões, alegrando centenas de baixinhos com as brincadeiras de Didi, Dedé, Muçum e Zacarias; e do grupo Dominó, os menudos brasileiros que as crianças de outros tempos adoravam. No Ginásio, até Hermeto Pascoal e Dominguinhos já tocaram; muita gente aplaudiu e cantou junto com o Neguinho da Beija Flor, o Wando e o Vanderlei Cardoso. E a OSPA deu um concerto inesquecível para centenas de estudantes.
Em dias de Expofeira, aconteciam prestigiados shows de encerramento, como o do Cidadão Quem e Os Fagundes; na Reculuta, nasceu gente de talento, como o Luiz Marenco, um guaibense de coração e de acordes. E no aconchego do Museu Carlos Nobre, o roqueiro gaúcho Nelson Coelho de Castro relembrou seus sucessos para um público emocionado.
Acredite quem quiser, já tivemos shows de tirar o fôlego. Em palcos montados à margem central do Lago Guaíba, Lulu Santos nos proporcionou uma grande festa ao luar; Jota Quest, Paralamas do Sucesso, Família Lima e o cantor Frejat colocaram pra dançar guaibenses de todas as idades. E a Orquestra da Ulbra tocou Mercedita para que Daniel Torres cantasse – um espetáculo à parte.
Na esquina da Avenida João Pessoa com a Rua Otaviano, desfilaram pelo palco instalado no asfalto a cantora Vanessa da Mata, o Nenhum de Nós sob a batuta do maestro Tiago Flores.
Madura e musical, assim é Guaíba, que completa noventa e três anos neste 14 de outubro. Definitivamente, o meu lugar no mundo.
Cristina André
Publicado em 12/10/2019.
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