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20/08/2019 - 09h30min

Comportamento

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Divididos

Há quem acredite que a maior de todas as nossas diferenças neste tresloucado mundo esteja na condição financeira em que nos encontramos, se estamos na classe média baixa ou alta, se nos consideram ricos ou pobres. E que o tamanho das nossas moradas, o carro novo, os pontos do brilhante solitário do nosso anel de quinze anos nos classificam definitivamente. Mas não é isso que nos une ou nos separa.

Para outras pessoas, a raça que pinta nossas peles de cores diversas é responsável pela mais profunda segregação, nos divide em esperançosos e sem oportunidades, em prósperos e esquecidos pelo mundo. Talvez pensem, os defensores desta tese, que o tom uniformizado das cútis seja capaz de amenizar tantas desavenças humanas. Estão enganados.


Muita gente também afirma que diferentes crenças religiosas só fazem criar discórdias, são as verdadeiras responsáveis pelo nosso afastamento uns dos outros, provocando até guerras. E que o isolamento em grupos se dá, neste mundo criado por Deus, justamente pelos nomes que damos a Ele, pela forma como fazemos nossas orações. Discordo.

São muitas as teorias sobre as diferenças que nos apartam. Alguns nos dividem em criaturas do ocidente e do oriente, analfabetos e intelectuais, feios e bonitos, gordos e magros, capitalistas e comunistas. E há os que acreditam em divisionismos pela coragem e o medo, o nervosismo e a tranquilidade, os velhos e os jovens. Contudo, não são estas as razões.

Vivemos mesmo divididos em grupos bem diferentes, cheguei a esta conclusão faz algum tempo. Mas não é por raça, religião ou sistema político, nem pelas finanças, o poder ou o lugar onde moramos.

Foi pela observação pacienciosa da nossa existência, com suas coerências e seus vieses, que finalmente compreendi: nossa maior segregação acontece entre os que têm caráter e os que não têm, pelo compromisso com o bem comum e a ganância pura e simples, pela barreira entre a verdade e a mentira, a sinceridade e o cinismo. São esses os nossos grandes divisores de águas.

Pertencemos, enfim, a dois grupos distintos: o dos honestos, que batizei de libertários, e o dos desonestos, que chamo de prisioneiros. Porque a vida tem sua própria forma de fazer justiça, e a verdadeira liberdade sempre chega para quem trilha bons caminhos. E os mal-intencionados, os corruptos, mesmo que vivam em luxuosas mansões, rodeados de seus pares e longe das cadeias, estarão para sempre aprisionados, atrás de grades que eles mesmos criaram em seus enviesados e desonestos pesadelos.

Cristina André

[email protected]

Publicado em 17/8/2019.

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