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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

18/03/2019 - 14h04min

Comportamento

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Videogames Violentos

Já faz bom tempo, em um bate-papo de festa, o assunto chegou aos jogos eletrônicos. Eram dias ainda sem os celulares multifuncionais de hoje, e as redes sociais estavam dando os ares de suas graças. Foi quando uma amiga contou que seu filho caçula adorava ficar no quarto, no videogame, o que ela achava muito bom, porque assim o guri estava resguardado pelos muros da residência da família.

Mas a serenidade desapareceu do seu rosto ao compartilhar conosco as lembranças da noite em que sua opinião sobre aquele tipo de diversão mudou totalmente. Com semblante expressando preocupação, nos relatou o que tinha visto quando pedira ao filho que lhe mostrasse o novo jogo, presente de um tio no seu aniversário de oito anos.

Movida pela mais pura intuição materna, acabara descobrindo que a brincadeira que envolvia a criança da casa consistia em dirigir um carro com o objetivo de atropelar e matar senhoras, cães, qualquer ser vivo que encontrasse pelo caminho. Quanto mais indefesos eles fossem, quanto mais sangue jorrasse de seus corpos, maior seria a pontuação.

Foi pega de surpresa, a minha amiga. Sem saber como reagir e percebendo tratar-se de um momento decisivo para a educação do filho, decidiu, em comum acordo com a criança, pela triagem nos games e a colocação de um tempo limite na atividade. E impôs a si mesma que daria maior atenção aos afazeres do garoto.

Por ser uma lembrança recorrente, a dessa conversa sobre a influência negativa de videogames com mensagens subliminares de exaltação à violência, tenho pesquisado sobre o assunto. E foi em um estudo realizado por três universitários do curso de Sistemas de Informação da Faculdade Metodista Granberry, de Juiz de Fora (MG), com base na bibliografia científica existente sobre o assunto, que encontrei algumas respostas.


Os pesquisadores esclarecem, na introdução, que o mercado de jogos eletrônicos é a maior indústria do mundo moderno, movimentando valores extraordinários. E se o comando é das finanças, a minha tendência é acreditar que provavelmente os benefícios sejam exaltados, enquanto os malefícios, muito bem escamoteados. Mas vamos em frente com o estudo.

De acordo com os autores deste trabalho, o lado positivo dos jogos é que ajudam na resolução de problemas, a organizar e antecipar resultados, atiçam a observação, aceleram a tomada de decisão, estimulam o raciocínio lógico. E podem ajudar a criança nas habilidades sociais como respeito, solidariedade, cooperação, obediência, responsabilidade e iniciativa. Até mesmo em tratamento de fobias são utilizados.

Se não forem utilizados corretamente, porém, podem ser canais de manifestar agressividade. Além de diversos problemas de saúde.

E, de acordo com o estudo, jogos violentos, ambientes hostis e predisposição podem estimular comportamentos agressivos em jogadores. As crianças podem interpretar comportamentos negativos como naturais no convívio social, incorporando características dos personagens a sua própria personalidade. E criar vida dupla, real e virtual, principalmente se tiverem carência afetiva.

Revelam, ainda, que as mensagens subliminares captadas pelo subconsciente dos jogadores, de comportamento e de consumo, que recheiam os jogos eletrônicos, produzem, sim, ações no indivíduo exposto.

E concluem: o assunto necessita de estudos aprofundados. Pais, educadores e profissionais envolvidos com o tema devem ter atenção constante aos jogos utilizados pelas crianças.



Cristina André

[email protected]

Publicado em 16/3/2019.

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