04/02/2019 - 14h39min
Fiquei impressionada com uma história real que foi parar nas telas de cinema. Sobre o dramático embate entre um corajoso cientista e sua descoberta para salvar vidas versus o poderio econômico-cultural de uma nação, com toques requintados de racismo e xenofobia. Estrelado por Will Smith, “Um Homem Entre Gigantes”, já disponível no Netflix, é a indicação da Editoria de Variedades desta edição.
O filme é uma aula instigante sobre a inacreditável e globalizada desvalorização da vida diante da possibilidade de riqueza material, de desconstruir hábitos culturais lucrativos. Sobretudo, mostra as reais dificuldades enfrentadas por quem opta por salvar vidas em detrimento ao dinheiro. Mas também escancara a força que cada um de nós pode encontrar quando o respeito à verdade firma parceria com a consideração às vidas das pessoas. Essa foi, e ainda é, a luta de um médico nigeriano que vive nos Estados Unidos em favor de jogadores de futebol americano.
Em setembro de 1968, em Nnokwa, sudeste da Nigéria, nascia Bennet Omalu, o sexto dos sete filhos de um engenheiro civil e uma costureira. Com três anos, o menino de inteligência e sensibilidade apuradas iniciou seus estudos; aos dezesseis, já cursava Medicina. Graduou-se e fez doutorado em seu país, mas decidiu dar asas ao sonho de viver em uma democracia que garantisse seus direitos de cidadão. Partiu para os Estados Unidos.
E foi nas terras do Tio Sam, trabalhando como patologista forense e neuropatologista, que o Dr. Omalu fez a desconcertante descoberta científica sobre o trágico destino de muitos jogadores de futebol americano: a encefalopatia crônica traumática (CTE), consequência das incontáveis batidas na cabeça.
Já casado com Prema Mutiso, uma jovem enfermeira também vinda do continente africano, enfrentando os gigantes da NFL (National Football League) praticamente sozinho, o Dr. Omalu, com o apoio essencial da imprensa comprometida com a verdade, resistiu às diversas tentativas de desqualificação profissional e às ameaças à própria família. Não desistiu, mas precisou se adaptar a mudanças.
O filme “Um Homem Entre Gigantes”, estrelado por Will Smith, baseado na história real do médico Bennet Omalu, que descobriu a encefalopatia crônica traumática (CTE) em jogadores de futebol americano, consequência das incontáveis concussões na cabeça, é uma aula. Drama real que nos faz compreender tantos outros. Baita filme.
Cristina André
Publicado em 2/2/2019.
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