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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

23/01/2019 - 13h02min

Comportamento

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Árvores da Minha Vida

Há um símbolo sagrado em muitas culturas, que relaciona os mundos espiritual e material, a chamada árvore da vida. Ela representa, por sua frondosa existência, a ligação entre o céu e a terra. Suas raízes alcançam as profundezas, o tronco se mostra como parte mais integrada ao mundo terreno, as folhas crescem em direção ao céu. Para mim, árvores são todas da vida.


Na infância, na parte vivida em Tapes, as figueiras embelezaram meu mundo. Davam a sombra mais do que necessária na beira da Lagoa dos Patos, deixando-nos livres para brincar de castelos e de bolinhos feitos de areia. E aquelas extraordinárias árvores, com suas copas em formatos de cuidadosos abraços materno, foram tão marcantes em mim, que até hoje me alegra o coração avistar uma de suas parentes, onde quer que eu esteja.

Mas há outras árvores de grandiosa importância em minha vida, como os plátanos, os coqueiros, as corticeiras, os flamboyants. Encontro todas elas beirando o Lago Guaíba, na cidade homônima que é meu lugar no mundo.

Caminhando no calçadão, em direção ao Parque Natural, sinto a companhia dos coqueiros, amigos de infância na parte vivida em Guaíba. Temo por eles nos dias de ventos fortes e tempestades, quando balançam com exagero, parecendo quase sem equilíbrio. E comemoro o retorno de sua postura habitual, dando ao passeio da cidade um toque de carinho vindo da natureza.

Lá atrás, tinha passado pelo plátano já coberto de folhas verdes e viçosas. Lembro de ter sofrido calada no dia em que percebi sua vida em risco pelas doenças que a velhice traz também ao mundo das plantas.

Eis que o primeiro dos diversos flamboyants floridos me arrebata a atenção. É a mais bela de todas, esta árvore que se faz atração no jardim da morada de Dúnia Silveira. Em seguida, avisto outra, desta vez no jardim da residência onde morou a Elizabeth Comerlato, um presente da natureza a todos nós, os caminhantes deste trecho privilegiado. Enfim, enxergo o extraordinário flamboyant que há décadas enfeita a morada em que Norinha Tavares viveu por muitos anos.


Chego, então, ao Parque Natural. Lá está ela, a corticeira que não me canso de apreciar. Árvore de pequeno porte, mas de beleza sem limites, anuncia que aquela área também é sua, visto que é típica de margens doces.

Árvores são símbolos sagrados em muitas culturas, representam a ligação entre o céu e a terra. Suas raízes alcançam as profundezas, o tronco se mostra como parte mais integrada ao mundo terreno, as folhas crescem em direção ao céu.

Figueiras, coqueiros, plátanos, corticeiras e flamboyants, estas são árvores da minha vida.

Cristina André

[email protected]

Publicado em 19/1/2019.

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