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Sexta-feira, 19 de abril de 2024

10/12/2018 - 14h40min

Comportamento

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Somos Únicos

Quando penso no futuro das crianças de hoje, me causa certo desconforto a incerteza em relação ao trabalho que farão. E esta questão incomoda muita gente, como aquela música sobre os elefantes, que a criançada adora cantar.

São outros, estes tempos, de ônibus sem cobradores, vozes artificiais desvendando caminhos para motoristas, ingressos para o cinema comprados sem vendedor, convites e desavenças à distância. E muitas profissões consagradas perdendo o próprio sentido sem que saibamos como será daqui para a frente.

E parece existir um universo incomensurável habitado pelas diferenças entre nossas velhas infâncias e o dia a dia das novas crianças que iluminam a vida.

Saudosistas que somos, ao observá-las cheias de desenvoltura manuseando computadores e celulares, brincando com miniaturas perfeitas jamais sonhadas por Júlio Verne, gostamos de lhes contar como aconteciam nossos dias antes da internet. Explicamos, tintim por tintim, como era jogar taco na calçada, pedir às mães que nos fizessem cinco-marias com sobras de tecido e arroz cru; como suávamos frio para tirar a vareta preta de uma enrascada. E o interesse que demonstram pelo que fazíamos muito nos surpreende.


É na simplicidade destes preciosos momentos que a humanidade real toma as rédeas, colocando sofisticadas inteligências artificiais em segundo plano. De repente, o que parecia ser abismo intransponível vai se transformando em delicada e invisível passagem secreta para unir dois mundos. Entram em cena corações e almas que todos carregamos através dos tempos, que nos permitem seguir em frente contando boas histórias de ontem às crianças, enquanto elas nos devolvem a felicidade única de voltar a aprender.

Quando penso como deverá ser o mundo do trabalho das crianças de hoje, a dúvida toma conta da razão. Porque são outros, estes tempos. Há um universo todo feito de diferenças entre velhas e novas infâncias, com anunciado predomínio de inteligências artificiais.


Mas, ao observá-las enquanto ouvem histórias antigas, fazendo perguntas ou simplesmente brincando com suas modernidades infantis, a emoção me abraça, meu coração se espreguiça de tranquilidade. Na cena, há muito sentimento atravessando os tempos, garantindo nossa humanidade.

Compreendo, então, que somos mesmo únicos. Nada que seja artificial poderá ser exatamente como nós.

Cristina André

[email protected]

Publicado em 08/12/2018.

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