Gazeta Centro-Sul

Contato: (51) 3055.1764 e (51) 3055.1321  |  Redes Sociais:

Quinta-feira, 25 de abril de 2024

08/10/2018 - 14h52min

Comportamento

Compartilhar no Facebook

enviar email

Merci, Monsieur Aznavour!

Quando soube, essa semana, que Charles Aznavour tinha falecido, meu coração se acabrunhou. Aprendi a gostar de suas belas canções, feitas de um romantismo que sempre me emociona.

Lembrei imediatamente de uma terça-feira de maio, no ano de dois mil e oito, quando o artista francês, já com mais de oitenta anos, fez um show em Porto Alegre, no Teatro do Sesi. Estávamos lá, eu e meu marido, que me presenteou com um binóculo, sabendo da minha admiração por Charles Aznavour. Noite inesquecível, foi aquela.

No saguão do teatro, pessoas sorriam discretamente umas para as outras, em clara demonstração de que era impossível não compartilhar a alegria de estar ali. Sabíamos, todos nós, a importância do que estava para acontecer em poucos minutos.

Enquanto aguardávamos pelo show, casais maduros brindavam com champanhe, grupos se aqueciam com café expresso. Enquanto chegavam senhoras elegantes, jovens casais românticos, jornalistas, escritores, músicos, gente que ainda se emocionava com as belas canções de Charles Aznavour.

Durante o espetáculo, o público, emocionado, aplaudia com entusiasmo. Todas as canções eram benvindas, cada uma por suas próprias razões.

Aos primeiros acordes de “She”, suspiros; e lágrimas discretas que embaçaram meu binóculo. Em “Old Fashioned Way”, Aznavour dançou como se estivesse num grande salão de baile, abraçado ao próprio corpo, esquecido da sua idade. E o público, atingido pela onda de romantismo e beleza, fez um silêncio absoluto e delicado.

Entre tantos belos momentos daquele show, houve um especial, em que a plateia é que emocionou o artista. Quando ele cantou “La Bohème”, o nosso agradecimento aconteceu “à moda brasileira”. Quase duas mil pessoas que estavam no teatro cantaram, baixinho, apenas o refrão “la bohème”, respondendo ao cantor sem atrapalhar sua marcante interpretação. Linda, a participação dos gaúchos; um breve e respeitoso coral surgiu naturalmente, afinado e perfeito, como se tivéssemos ensaiado dias a fio.

Que noite extraordinária! Embriagados pelo talento do artista que atravessara gerações com a voz e o sentimentalismo de seus versos, saímos do Teatro do Sesi sorrindo uns aos outros, felizes, compartilhando com o mundo aquela emoção, cientes do significado daquela noite maravilhosa. Queríamos apenas lhe agradecer.

Essa semana, quando eu soube que Charles Aznavour tinha falecido, meu coração se acabrunhou. Lembrei imediatamente daquela noite extraordinária, dez anos atrás, quando o artista esteve em Porto Alegre e fez um show no Teatro do Sesi. Noite inesquecível, foi aquela.

Merci, Monsieur Aznavour!

Cristina André

[email protected]

Publicado em 5/10/2018.

Últimas Notícias

Este site da Gazeta Centro-Sul s
Ler mais

Aulas Presenciais em Guaíba
Ler mais

Monumento Farroupilha
Ler mais

Publicidade

Institucional | Links | Assine | Anuncie | Fale Conosco

Copyright © 2024 Gazeta Centro-Sul - Todos os direitos reservados