Gazeta Centro-Sul
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02/07/2018 - 14h08min
Comportamento
O Verdadeiro Legado
Tenho visto excelentes reportagens sobre a Rússia desde o primeiro jogo desta Copa do Mundo, que se mostra bem espaçosa na tevê, acompanhando as dimensões da terra onde está acontecendo a maior competição esportiva do Planeta. E são tão belas as imagens apresentadas, tantas as manifestações culturais dos anfitriões e de pessoas de outras nações que se encontram em praças e estádios, em restaurantes e templos religiosos, que o futebol, nestes dias de integração de povos e discussão de temas sociais importantes, se faz incomensurável legado.
A Rússia (Federação Russa), que já foi União Soviética, é o maior país do Mundo em extensão territorial, esparramando-se por dois dos seis continentes que ocupam 29% da Terra; uma parte fica na Europa (Leste Europeu), e outra, na Ásia (Norte). Sua bandeira tem três cores: branco, azul e vermelho, cada uma com um significado, dependendo da época histórica. O vermelho (krássni) é a cor que representa o positivo para o povo russo, o mais bonito (krassívi). Por isso, o local turístico mais importante de Moscou, que deixa turistas encantados pela beleza, é a “Krássnaia”, que ficou conhecida como “Praça Vermelha” pela conexão da cor com o regime comunista. Contudo, na verdade cultural russa anterior ao regime comunista, a tradução seria “Praça Bonita”.
E foi do universo de escritores como Dostoiévski (Crime e Castigo), Tolstói (Guerra e Paz) e Pasternak (Doutor Jivago); de noites brancas e invernos acinzentados; de regimes políticos feitos de proibições e intolerâncias; de paisagens e construções vermelhas, com toda a beleza que essa cor possa representar mundo afora, que a nação um dia chamada de União Soviética mandou um jovem militar ao espaço. E o Mundo mudou.
Yuri Gagarin foi o primeiro homem a completar a órbita da Terra, a observá-la de uma altura que ninguém tinha conseguido. Aos 27 anos, no início da década de sessenta, esse cosmonauta (sinônimo de astronauta que os russos preferem usar) surpreendeu seus contemporâneos terráqueos quando disse, ao ver nosso Planeta lá de cima: “A Terra é azul!”. A bordo da cápsula Vostok I, o Major Gagarin ultrapassou limites, abrindo caminho para a conquista espacial. Em Moscou, a capital do País, essa história está em exposição no Museu da Cosmonáutica.
Tenho visto excelentes reportagens sobre a Rússia desde que a bola começou a rolar nos campos que abrigam a Copa do Mundo deste ano. Com uma programação espaçosa na tevê, bem como matérias de jornais impressos e online, esta que é a maior competição esportiva do Planeta acompanha as dimensões da terra onde está acontecendo.
Além das partidas de futebol com os melhores do Mundo em campo, como Cristiano Ronaldo, Marcelo e Messi, são tão belas as imagens apresentadas, tantas as manifestações culturais do país sede e dos turistas de outras nações, que encontros em praças e estádios, conversas em bares e museus, visitas em igrejas, ou simplesmente caminhadas multiculturais pelas ruas, estão transformando a vida do povo russo. É a proclamação da liberdade de expressão e da confraternização entre os povos como essência da felicidade para todos nós.
A alegria expressa nos sorrisos dos donos da casa, nestes dias de Copa do Mundo na Rússia, é o verdadeiro legado dessa que é a maior competição esportiva do Planeta.
Cristina André
Publicado em 30/6/2018.
