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25/06/2018 - 14h20min

Comportamento

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A Verdadeira Educação

Crescemos aprendendo sobre a importância das boas maneiras para uma vida mais saudável e feliz. Naqueles tempos outros, paciência para ouvir e aprender com as pessoas mais velhas era uma das tarefas a cumprir; ainda que delas discordássemos, mereciam respeito. Assim como valorizar as pequenas felicidades cotidianas, reunindo a família para a refeição. Dizia-se que a verdadeira educação vinha de casa.

Antes de sairmos para visitar parentes ou comparecer a uma festa de aniversário, ouvíamos as recomendações maternas recorrentes: cumprimentar as pessoas na chegada, pedir licença em vez de empurrar – pois ninguém é adivinho; comer os doces servidos e elogiá-los, mesmo que não estivessem lá essas coisas. Jamais mexer em armários ou abrir geladeiras, agradecer por tudo na despedida. Porque as pessoas bem educadas, dizia a Mãe, eram sempre bem-vindas, enquanto as outras, que não tinham limites, também careciam de companhia.

No almoço caseiro de cada dia, depois das manhãs escolares e de trabalho, conversas se cruzavam com sorrisos. Falávamos de tudo um pouco, nos passeios que gostaríamos de fazer nas férias de julho, no GreNal de domingo, na melhor enciclopédia para fazer pesquisas. E, se desse tempo, sobre o LP do Roberto Carlos e as cores “último tipo” da calça de brim coringa. E da mesma forma como acontecia com a nossa alimentação, os bons modos à mesa eram controlados pela Mãe. Não se podia falar e mastigar ao mesmo tempo, tampouco rir bebendo água.

Sinal de boa educação era servir-se aos poucos, sem abarrotar o prato, evitando sobras e desperdícios; e usar a faca para outras serventias além de cortar, como no auxílio do garfo, dando um empurrãozinho no arroz. E a maior de todas as lições: o guardanapo era insubstituível.

Verdade seja dita, por diversas vezes, no entusiasmo das conversas entre irmãos, a gente dava uma derrapada e atropelava alguma das orientações maternas, como pegar o bolinho de arroz com a mão, acreditando que ela não veria. Então, sob seu olhar repreensivo, nos desculpávamos com a alegação de que estávamos em casa, mas em outros locais nada faríamos de errado. E a Mãe, com sua extraordinária sabedoria, própria daquelas nossas infâncias antigas, explicava que todos precisamos agir corretamente em casa, mesmo que estejamos sozinhos, para que se torne hábito; e, assim, nunca nos esquecermos de fazê-lo em qualquer outro lugar.

Boas maneiras, aprendíamos e praticávamos em casa, como se desculpar pelo erro cometido, pedir licença antes de interromper, agradecer pelo leite quentinho. Porque a Mãe afirmava que uma pessoa educada não ignora, não destrata nem agride; ela cumprimenta, elogia, agradece.

Eram outros, aqueles tempos, de boas maneiras e convivência saudável; de tolerância, paciência e agradecimento. Dizia-se que a verdadeira educação vinha de casa, era responsabilidade das famílias.

Cristina André

[email protected]

Publicado em 23/6/2018.

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