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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

02/04/2018 - 14h53min

Comportamento

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Siga em paz, Dona Maura!

Manhã do último domingo, recebi a notícia de que a viúva do Dr. Ruy Coelho Gonçalves, médico e ex-prefeito de Guaíba, havia falecido. E mesmo sabendo da sua vida longa e feliz, ciente de que a natureza tem um curso a seguir, uma tristeza se acomodou em mim e por aqui decidiu permanecer. Porque aquela senhora amorosa, de conversas agradáveis, que jamais ouvi falar mal de alguém, foi grande amiga da minha mãe.


Dona Maura, como era conhecida Maura de Souza Gonçalves, mora no meu coração desde a infância, no lugar reservado às melhores tias. Nosso parentesco era diferente, não aparecia em exames clínicos, mas se fazia estampado nos pensamentos e nas saudades, nos pratinhos de doces que trocávamos, nas boas histórias, no tricô, no gosto por farofa. Amizade que teve início muito antes de nós.

Por um bom tempo, acreditei ser coincidência minha amizade com as filhas daquela grande amiga da mãe. Pensei assim até que eu e elas tivemos nossas filhas, e a terceira geração de meninas, sem que movêssemos uma palha, repetiu a história. Então percebi que havia muito mais do que simples casualidade naquela ligação afetiva que atravessava décadas, talvez um empurrãozinho divino. E quando fiquei sabendo, em conversas com a mãe, que avós e bisavós das duas famílias já compartilhavam corações, tive certeza de que era traço do destino.

Aprendi muito na convivência com a Dona Maura, especialmente sobre o quanto de amor uma mulher é capaz de sentir por um homem; o companheirismo e a preocupação recíproca, aconchego necessário à vida em comum. Sobretudo, adotar maneira respeitosa no tratamento de todas as pessoas, independente das divergências.

Lembro bem de um curso de etiqueta social que fiz com a Dona Maura quando tinha dez, onze anos. Ela convidou minha mãe, que não poderia participar, então tratei de oferecer minha companhia infantil, que foi aceita com alegria. E lá fomos nós, a primeira-dama de Guaíba e eu, estudante da primeira série ginasial, ao Clube do Comércio para importante aula de bons modos à mesa, comportamento adequado no cotidiano e nas ocasiões sociais. Aprendemos a usar talheres para saborear frutas, descer escadas e entrar no carro com boa postura.

Sentiremos falta da querida Dona Maura, nós que a tivemos sempre perto. Por sorte, destinos traçados ou empurrãozinho divino, nossas famílias seguirão compartilhando amizades, tenho certeza. No meu coração, ela permanecerá no lugar reservado às melhores tias e guardado pela mãe, que foi sua grande amiga.

Siga em paz, Dona Maura!

Cristina André

[email protected]

Publicado em 30/3/2018.

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