12/03/2018 - 14h11min
Aventura metafórica sobre o amor e suas infinitas possibilidades, eis a minha breve definição para o vencedor do Oscar 2018 em quatro categorias – Filme, Diretor, Trilha Sonora Original, Direção de Arte. E acredito que consegui captar a mensagem do diretor Guillermo del Toro enviada ao mundo através do filme “A Forma da Água”.
A estrela deste romance original não é uma das belas mulheres de Hollywood, em nada se parece com Angelina Jolie ou Jennifer Lawrence. Seu amado, nem nos pés chegaria de galãs como Leonardo DiCaprio e Brad Pitt. Tampouco seus coadjuvantes.
E não se dá, a história desse caso amoroso, em românticos parreirais da Toscana, em Praga ou Casablanca. Sequer são de paz os tempos de seus acontecimentos.
O amor acontece nos anos sessenta do século vinte, ambientado nos Estados Unidos, que vive em plena Guerra Fria, enfrentando transformações sociais e problemas políticos. Mais precisamente, em um laboratório secreto onde a protagonista é uma das faxineiras – de pouca beleza física e muda de nascença, que vive uma rotina de vaivém da casa para o trabalho e de amizade com seu vizinho homossexual e solitário como ela.
Eis que presencia a chegada de uma criatura estranha, que é colocada em um tanque e mantida por lá para ser estudada. Uma espécie de animal anfíbio que se parece com um homem. E os dois, mesmo sem o recurso da fala, começam a se entender perfeitamente pela voz dos seus corações.
Quando percebe que está completamente apaixonada pela criatura, sente que é hora de salvá-lo do sofrimento físico imposto pelos pesquisadores. E arquiteta um plano audacioso para tirá-lo daquele lugar e levá-lo para sua casa, onde poderia viver na banheira.
Assim, contrariando todas as estimativas, aquela mulher, que parecia ser tão frágil e ingênua, sai exitosa da sua escandalosa ação amorosa.
Mas o tempo, implacável em verdades e soberania, mostra que certas diferenças, por contrariarem a própria natureza, tornam-se incapacidades de vencer barreiras essenciais. A menos que algo surpreendente aconteça, quebrando todas as regras científicas – um milagre.
Uma aventura metafórica sobre o amor e suas infinitas possibilidades, as barreiras naturais e os milagres extraordinários, disso tudo é feito “A Forma da Água”, o vencedor do Oscar 2018 de Melhor Filme.
Cristina André
Publicado em 10/3/2018.
Institucional | Links | Assine | Anuncie | Fale Conosco
Copyright © 2024 Gazeta Centro-Sul - Todos os direitos reservados